4 de fev. de 2011

O QUE NOS FARIA REVER NOSSAS PRIORIDADES?


Eclesiastes 2,11
Contudo, quando avaliei tudo o que as minhas mãos haviam feito e o trabalho que eu tanto me esforçara para realizar, percebi que tudo foi inútil, foi correr atrás do vento;


Meu amigo e mentor, o Pr. Ricardo Agreste, conta que todos os anos, no dia do seu aniversário, ele cumpre o mesmo ritual, já na primeira atividade do dia, num momento de solitude, ele lê novamente o livro do Eclesiastes, e se pergunta se em algum aspecto de sua vida, ele tem corrido atrás do vento.

Um filme que falou bastante comigo a este respeito foi “Naufrago” com o ator Tom Hanks, e desde então sempre que posso o assisto novamente.

O filme conta a história Chuck Noland, executivo da Fedex, tinha um bom trabalho e uma boa posição. Ele viajava o mundo dando treinamento, era dedicado e competente. Tinha família e amigos e até uma noiva. Vivia uma vida de sucesso para os parâmetros modernos.

O que Noland não percebia, pois nunca tinha tempo para refletir, era que sua vida era superficial. Ele era escravo do relógio, vivia para o seu trabalho e não conseguia desenvolver relacionamentos verdadeiros. Noland não tinha tempo para as pessoas e nem para os problemas das pessoas; ele nem mesmo tinha tempo para si mesmo.

Ele provavelmente viveria assim para o resto de sua vida; como muitos de nós que buscamos este mesmo estilo de vida, não mudaríamos por qualquer razão. Mas um acontecimento o transformaria para sempre. Depois de sofrer um acidente com seu avião, Noland, o único sobrevivente, passaria a viver em uma ilha deserta.

De repente suas prioridades mudariam completamente e ele passaria a enxergar a sua vida de uma outra perspectiva. Agora sim, ele teria todo o tempo do mundo para refletir porque corria tanto e o que buscava alcançar.

Ali, isolado naquela ilha, ele começa a perceber que antes do acidente ele já vivia em profunda solidão, embora rodeado de pessoas. Ali, pela primeira vez, ele começa a valorizar aqueles a quem perdeu, mas que nunca foram realmente dele.

Quantas vezes, nossas prioridades fazem parte de um mundo de ilusão criado por nós. Um castelo de cartas, onde reinamos com o nosso sucesso profissional, nossa realização pessoal e nossa boa imagem social.

Coadjuvante a este nosso mundo, existe uma outra realidade que pouco nos chama a atenção. Pessoas que rotulamos de família, vizinhos, colegas de trabalho. As pessoas que poderiam nos amar e aquelas que poderiam ser amadas por nós.

O que nos faria mudar? O que nos faria acordar para esta realidade e rever nossas prioridades? Um raio, um naufrágio, a visita de um anjo de luz ?

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.” Efésios 5,15-17

A vida é curta demais para vivermos em nosso mundo imaginário e egoísta. A sabedoria que vem de Deus nos faz perceber as pessoas e entender como elas são de fato, o nosso mundo, o nosso mais precioso bem e a nossa maior prioridade.

2 comentários:

Meire disse...

Obrigada pela reflexão.

Alexandre A Anjos disse...

Dessa vez falou do filme... Existem muitos casos que o sofrimento de uma doença faz com que pessoas parem olhem para o que antes não merecia menor atenção... E é Rubem Alves quem diz:

Deus é como o ar.

Quando a gente está em boas relações com ele, não é preciso falar.

Mas quando a gente está atacado de asma, então é preciso ficar gritando por Deus. Do jeito como o asmático invoca o ar.

Quem fala com Deus o tempo todo é asmático espiritual.

É por isso que anda sempre com Deus engarrafado em Bíblia e noutros livros e coisas de função parecida.

Só que o vento não pode ser engarrafado...

Abraço, até o próximo post.