25 de abr. de 2011

É segunda-feira e Jesus está vivo!



Depois disso Jesus apareceu novamente aos seus discípulos, à margem do mar de Tiberíades. Foi assim: Estavam juntos Simão Pedro; Tomé, chamado Dídimo; Natanael, de Caná da Galiléia; os filhos de Zebedeu; e dois outros discípulos. “Vou pescar”, disse-lhes Simão Pedro. E eles disseram: “Nós vamos com você”. Eles foram e entraram no barco, mas naquela noite não pegaram nada. Ao amanhecer, Jesus estava na praia, mas os discípulos não o reconheceram. Ele lhes perguntou: “Filhos, vocês têm algo para comer?” Eles responderam que não. Ele disse: “Lancem a rede do lado direito do barco e vocês encontrarão”. Eles a lançaram, e não conseguiam recolher a rede, tal era a quantidade de peixes. João 21,1-6 (NVI)

“No primeiro dia da semana, bem cedo, estando ainda escuro, ...”

Foi no primeiro dia da semana que segundo João, Jesus ressurgiu e apareceu a Maria Madalena, depois aos discípulos e uma semana mais tarde também a Tomé. Seria natural que eles esperassem que Jesus aparecesse sempre no primeiro dia da semana, enquanto estavam reunidos, como aconteceu até então.

Séculos mais tarde, no mundo cristianizado; estão todos a espera do Cristo que ressurge no domingo de páscoa. A festa está pronta, estão todos devidamente preparados, e a faixa de boas-vindas está no seu devido lugar.

Durante todo o fim de semana, procissões, dramatizações sobre a morte e ressurreição, vigílias em todo o país, até a TV vive sua semana santa, recheada de filmes bíblicos.

Em todas as igrejas a liturgia está pronta, a mensagem é apropriada e a música dá as boas vindas ao Cristo ressurreto.

“Depois disso Jesus apareceu novamente aos seus discípulos, à margem do mar de Tiberíades.”

Mas o que aconteceria se Jesus não viesse no Domingo? E se ele resolvesse aparecer na segunda-feira? Seria ele bem-vindo?

Não estamos preparados para o Cristo que ressurge na segunda-feira. A segunda é muito diferente do Domingo. A segunda é o pós-feriado, é o pós-festa, é o dia em que percebemos que comemos demais, que exageramos no chocolate, a segunda é o dia de começar a pagar a conta.

“’Vou pescar’, disse-lhes Simão Pedro.”

O Domingo é muito bom, o culto é sempre muito bom, a igreja é uma benção e a Páscoa é melhor ainda. Mas a segunda-feira é diferente, a segunda é secular, é dia de trabalho, é dia de cuidarmos de nossas vidas.
A segunda-feira é dia de fazer aquilo que Deus não pode fazer por nós. A segunda é dia de tomar minhas próprias decisões, e de fazer as coisas do meu jeito.

“... mas naquela noite não pegaram nada.”

Mas a segunda-feira também nos reserva uma dura realidade. É nela que encaramos o fim de nossas ilusões. É na segunda-feira que percebemos que “nossas redes estão vazias”. Aquilo que pensávamos que poderíamos confiar inteiramente, nos deixou na mão.

Meu trabalho, minha formação, minhas aptidões, minha família, minhas decisões; tudo que parecia tão bem planejado se transforma em decepção e nos vemos impotentes.

“Filhos, vocês têm algo para comer?”

Quando o Cristo ressurreto visita a nossa segunda-feira e nos pergunta: “Vocês conseguiram alguma coisa?” Respondemos frustrados que não conseguimos nada com as nossas tão competentes e planejadas, vidas seculares.

“Lancem a rede do lado direito do barco e vocês encontrarão”

É na segunda feira que o Cristo ressurreto nos convida a fé em obediência. Diz o Mestre: “Joguem as redes mais uma vez e vocês encontrarão o que procuram.” Este é o difícil momento de decidir se o Cristo que venceu a cruz e a morte, venceu também meu orgulho, minha autonomia e minha rebeldia.

É na segunda-feira que somos realmente confrontados com a palavra do Cristo, “sem mim nada podeis fazer” Não há peixes, não há vida, não há nada que valha a pena sem o comando de Sua palavra.

“Jesus aproximou-se, tomou o pão e o deu a eles, fazendo o mesmo com o peixe.”

Mas é a na segunda que ele nos chama novamente a comunhão: “Venham comer! Sentem-se comigo, está tudo bem, eu estou aqui!”

É na segunda-feira que as nossas incoerências são confrontadas e curadas: “Tu me amas?” Pergunta o Cristo. “Então segue seu caminho e cuida de seus irmãos”


O Cristo do Domingo quer ser também o Cristo da minha segunda-feira. O Cristo do templo quer também freqüentar a minha casa e o meu trabalho. O Cristo da Páscoa, do Natal e da Bíblia quer ser também o Senhor da minha vida.

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